Defesa Civil do Estado planeja estratégias de ação a partir do primeiro alerta de cheia para o Amazonas

Mais uma cheia de grandes proporções é esperada para esse ano em todo o Amazonas. Essa é a previsão do primeiro alerta de cheia divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), nesta segunda-feira (1º de abril). Com o boletim, a Defesa Civil do Amazonas começa a traçar as estratégias da ação de atendimento aos municípios prejudicados. Nos sete municípios do Alto Juruá, onde jáhá cheia dos rios, a situação é de emergência, segundo o Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec).

 

De acordo com o subsecretário da Defesa Civil, Hermógenes Rabelo, o primeiro alerta é o passo mais importante para as ações preventivas. Nos municípios já afetados pela cheia, o Governo do Amazonas está fazendo o monitoramento e preparando a mobilização para atendimento das famílias. Todo o procedimento de mobilização já está elaborado e um plano de contingência foi pré-estabelecido para casos de emergência, segundo Rabelo.

 

“Com esse indicativo apresentado, vamos começar a preparar e, caso necessário, atender toda a população afetada. É uma grande cheia e vamos tomar as medidas a partir de agora. Nos municípios do Alto Juruá, de Guajará a Itamarati, a situação é de emergência e estamos em procedimento de mobilização junto ao Governo Federal para atendimento das famílias. Os sete municípios do Alto Solimões estão em nível de atenção e o acompanhamento do rio é diário”, frisou.

 

O plano de contingência da Defesa Civil do Estado para a cheia envolve as defesas civis municipais, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, secretarias de saúde e educação e as forças armadas. As ações também contam com a base de dados do Centro de Monitoramento Hidrológico, inaugurado esse ano pela Secretaria Estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos, que tem o monitoramento diário dos índices de chuva e nível do rio em todo o Estado.

 

O alerta de cheias da CPRM é o primeiro e mais importante da série de monitoramento hidrológico da região amazônica. Com o boletim, feito com base em informações de diversos órgãos de monitoramento climático, é possível entender o impacto que a subida dos rios deve atingir. Nesta segunda-feira, a cota do rio Negro está em 26,88 m, segundo medição feita no Porto de Manaus. Para 2013, a previsão é de que o nível do rio Negro, em Manaus, fique entre 28,75 m e 29, 45 m, abaixo da cheia recorde de 2012, mas ainda assim uma grande cheia.

 

“Estamos sinalizando que pode ser uma cheia grande, acima da média para toda a região amazônica. Provavelmente não será uma cheia que supere a do ano anterior, mas vamos continuar monitorando as estações”, enfatizou o superintendente da CPRM, Marco Antônio de Oliveira. Novos alertas de cheia serão divulgados em abril e maio.

 

Nas regiões do Alto Rio Negro, Solimões e Madeira, o nível do rio está subindo, mas com tendência de queda. No rio Amazonas, em Parintins, o nível da água está um 1,5 m abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, conforme o boletim da CPRM. Além das chuvas fortes, o cenário de elevação das águas na maioria dos rios do Amazonas é influenciado pelo comportamento dos rios na Bolívia e no Peru.

 

“Os fenômenos que induziram as chuvas acima do normal estão praticamente dissipados. Vamos ter ainda alguma anomalia nas próximas duas semanas, mas a tendência é que a condição de normalidade volte a reinar”, informou o chefe de meteorologia do Sipam, Ricardo Dallarosa. Segundo ele, Manaus ainda terá dois meses de chuva, sendo o mês de abril ainda bastante chuvoso e maio um mês de transição.