Em audiência na ALEAM, deputados e representantes de órgãos como Defesa Civil e meteorologia cobram posição da prefeitura

Em Audiência Pública da Comissão de Gestão Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (CGSP/ALEAM), presidida pelo deputado estadual Marco Antonio Chico Preto (PSD), a pedido do deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), na manhã desta sexta-feira (23), foi diagnosticado que o poder público municipal é responsável por uma política de procedimento de rotina para que a população fique em estado de alerta diante das catástrofes naturais, a exemplo de tempestades, inundações e desabamentos.

 

Como em Manaus e no interior amazonense não existe um plano de ação neste sentido, ficou definido no final da reunião, que contou com a participação de representantes do Sipam, Defesa Civil do Estado, Eletrobrás Amazonas Energia,CPRM e Inet  e ACA, que haverá uma nova reunião quando a nova gestão da Prefeitura de Manaus assumir em 2013 para tratar do assunto.

 

O representante do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), Elton Rodrigo Andretta, informou que já existe um mapeamento das áreas de risco de Manaus que deverão compor um Plano Preventivo munido de mapas e anexos, cujo relatório completo vai ficar pronto em dezembro.

 

Segundo Andretta, foi identificando 28,6 mil áreas de risco e inundações, totalizando 128 mil pessoas que se encontram nessas áreas, além disso, 7 mil pessoas sofrem com a cheia. “O relatório vai ser entregue à Prefeitura de Manaus e aos órgãos que trabalham com previsões meteorológicas”, disse.

 

O deputado Chico Preto solicitou que o estudo fosse encaminhado também à ALEAM, justificando que a Casa tem interesse em discutir o assunto, inclusive participar da discussão e formatação um Plano Preventivo para que a capital amazonense e os municípios não sejam pegos de surpresa, diante de tempestades.

 

O representante da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, pediu que fosse incluída no plano ajuda não só a pessoa física, mas a jurídica. Ele disse que neste ano os comerciantes tiveram prejuízos incalculáveis, assim como a indústria.

 

O representante da Eletrobras Amazonas Energia defende que “é preciso, com urgência, que alguém assuma essa responsabilidade, porque por maior boa vontade que a empresa tenha para recuperar as redes, não tem meios para cortar árvores. É preciso que alguém assuma esse timão num momento como esse”, disse, ressaltando a concessionária de serviço público de energia vai procurar fazer sua parte.

 

Prevenções

 

O secretário-adjunto da Defesa Civil do Amazonas, Hermogenes Rabelo, disse que uma das preocupações do órgão é com a prevenção, principalmente a desastres naturais, no caso do Amazonas o mais comum são os vendavais – ventos pontuais que chegam de forma rápida e súbita -, que causam muito transtorno à população. Tem também as alagações, que afetam principalmente que sem encontra as margens dos igarapés, além de deslizamentos de encostas, também conhecidas como erosão.

 

“Precisamos ter informações de forma antecipada para podermos nos antecipar as ações, visando minimizar os efeitos dos desastres sobre a população”, disse Rabelo, afirmando que há uma parceria formalizada com o Sipam, que possui 11 radares, mas o problema está na troca de informações, visando a possibilidade ou não de emitir alerta.

 

O chefe da Divisão de Meteorologia do Sipam, Ricardo Dallarosa, disse que o órgão trabalha das 6h às 21h – quando o ideal seria trabalhar 24h-, sete dias por semana, porém não consegue obter todas as informações em sua totalidade por falta de pessoal. “Buscamos essa condição por entendermos da necessidade de dar maior cobertura, haja vista que os fenômenos naturais acontecem quando menos se espera”, disse.

 

Marcelo Ramos defende uma maior interação entre os dois órgãos, por entender que não é razoável que o Sipam consiga identificar determinados eventos naturais, com antecedência, e os órgãos da Defesa Civil estadual e municipal não sejam comunicados a tempo de dar um alerta a população.

 

Fonte: Assembleia Legislativa do Amazonas